Chanel: a Última Coleção de Alta-costura Antes de Mathieu Blazy

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Faz parte da tradição da alta-costura que os desfiles terminem com uma modelo vestida de noiva. É o clímax da apresentação: um último look que, embora tenha sua ocasião de uso muito bem definida, reflete o espírito de toda uma coleção. Não foi diferente nesta terça-feira (08/07) em Paris, quando a modelo Apolline Rocco Fohner ocupou a posição de prestígio, levando passarela adentro um simbólico vestido de noiva assinado pelo estúdio de criação da Chanel – este foi o último desfile da maison francesa antes da estreia do diretor criativo Mathieu Blazy.

Aos 22 anos, a modelo francesa passou por três provas de roupa até exibir ao público o look, que levou mais de 600 horas para ser feito e carregava nos delicados bordados de cristais um ícone importante para a Gabrielle Chanel: o desenho do trigo. O mesmo símbolo foi levado nas mãos em um buquê metálico, substituindo as esperadas flores.

Menos conhecido que os outros amuletos de Gabrielle Chanel (como o número 5), o trigo faz parte dos elementos que integram a decoração da Rue Cambon, que permanece há mais de um século como o endereço para a couture da marca, e cuja decoração segue quase intocada. Se nos salões onde as clientes de alta-costura são recebidas há vasos com trigo, em outro piso, no apartamento em que a estilista morou, ele aparece em quadros (como o que ganhou de seu amigo, o artista Salvador Dalí, em 1947) e em objetos como a mesa encomendada a Robert Goossens. Tem explicação: Coco Chanel nasceu em agosto, mês conhecido na França pela colheita nos campos de trigo, que simboliza prosperidade, fartura e fortuna.

O número 31 da Rue Cambon permeou também outras partes da apresentação: os assentos que nos recebiam no Salon d’Honneur do Grand Palais faziam um aceno ao famoso sofá de matelassê do apartamento, eternizado em algumas das mais famosas fotos de Coco Chanel. Bege, ela dava o tom também para a cartela de cores, que passeou por tons naturais, como creme e marfim, chegando no marrom e no verde, sem deixar de lado o P&B pela qual a marca é conhecida. Os drapeados das cortinas surgiram em tecidos acetinados que contrastavam com o peso dos tweeds que, desta vez, ganharam tratamento preciosamente rústico, inspirados por paisagens ao ar livre – uma referência em dia com o ar fresco que começa a circular na maison a partir da próxima temporada de moda.

Anote já: entre as apostas mais fresh da Chanel nesta coleção estão os separates (como o conjunto de casaqueto alongado e bermuda em tom de verde musgo que você vê aqui), os vestidos de comprimento médio sobrepostos por saias de tecido ultrafino e as botas de cano longo, que acompanharam grande parte dos looks desfilados. Prontos para uma nova Chanel, em setembro?







Donata Meirelles é consultora de estilo e atua há 30 anos no mundo da moda e do lifestyle.

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