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Consistência pode ser uma boa palavra para falar de Giorgio Armani, especialmente da Giorgio Armani Privé, sua marca de alta costura, já com 20 anos de estrada. Do casting aos convidados, da trilha à coleção, toda nova história é contada com estrutura, coesão e beleza; resultado de experiência, claro, e também do pulso firme com que Armani lidera seu próprio império.
Pela primeira vez em sua carreira, o criador, elegante nonagenário, não esteve presente no desfile, que aconteceu em Paris. Por ordem médica, preservou-se ficando em Milão, na Itália. Mas consistência é sobre isso: todo o desfile – ensaio, maquiagem, sequência de looks – foi supervisionado por ele mesmo, conectado à equipe por vídeo. “Tudo foi feito sob minha direção e tem a minha aprovação”, declarou.
Para esta coleção, a marca estabeleceu um diálogo visual sobre contenção e expansão usando o preto como base. A marca explora a cor por meio de texturas, transparências, volumes, bordados. São roupas de comprimento longo, que o mestre explica funcionarem como um risco de tinta no papel, feitas para deslizar pela noite com brilho, porém sem ofuscar – além de consistência, classe é um atributo da marca. Confira a seguir os três elementos que marcam a coleção Noir séduisant: o preto que seduz.
Preto
Armani homenageia o preto, uma de suas cores favoritas, sem fazer concessões – a não ser por alguns poucos momentos. A execução das peças é rigorosa, e as ideias não se repetem. “Longe de ser monótono, o preto revela todo um espectro de tons e possibilidades”, explica a marca. Que completa: “ele representa a síntese e a pureza gráfica que transforma qualquer silhueta em um ícone atemporal”. Uma escolha que reflete toda a filosofia Armani. Bons exemplos dessas nuances de preto estão na escolha dos tecidos, como o veludo, um clássico da grife, que tem sua própria textura, ou mesmo o brilho dos cristais, também em preto.
Laços
Armani estabeleceu o terno feminino como uniforme de muitas gerações de mulheres que tomaram a frente no mercado de trabalho, mas jamais deixou o estilo feminino de lado. O laço, como representação de delicadeza, aparece em tamanhos variados, como enfeite, efeito, detalhe – até na gravata borboleta, que surge de forma surpreendente em alguns looks e adiciona formalidade e sofisticação às peças de alta costura.
Dicotomia
A história que essa coleção conta, como escrito no início do texto, é o jogo de opostos que parte da ideia do que brilha e expande e do que se contém e esconde. Na coleção, essa dicotomia se mostra entre masculino e feminino, brilho e fosco, estrutura e leveza, proporções curtas e longas. Essas ideias aparecem tanto em vestidos de red carpet, como nos looks de calça com jaquetinhas ou fraques. Uma coleção consistente, como tudo o Giorgio Armani faz.
Donata Meirelles é consultora de estilo e atua há 30 anos no mundo da moda e do lifestyle.
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