O movimento idealizado por Gabriela Ribeiro, moradora do Caxambu, em Petrópolis, surgiu de uma percepção comum: muitas mulheres não se reconheciam mais nas próprias roupas ou no reflexo diário. Inicialmente pensado como forma de complementar a renda durante a faculdade, o trabalho acabou ganhando outro sentido à medida que cresceu.
Gabriela, que passou a infância acompanhando os pais em plantações e feiras, observou como esse ambiente moldou sua relação com troca, produção e comunidade. Anos depois, isso se traduziu em um espaço que reúne mulheres para conversar sobre mudanças do corpo, rotina e identidade — usando a moda como ponto de partida.
“A moda sempre foi uma forma de falar sem precisar explicar. Quando uma mulher se veste, ela também se observa”, afirma Gabriela, ao explicar a proposta do movimento.
As embaixadoras que participam dos encontros relatam como o processo abriu espaço para conversas que vão além das escolhas de roupas. Alessandra Serpa descreve o momento como uma reconexão com si mesma. A cantora Juliana Lima destaca a necessidade de ajustar o visual à nova fase da maternidade.
Iara Medeiros lembra que, após três filhos, teve dificuldade para aceitar as mudanças no corpo. Já Débora Fernandes, 49 anos, conta que o processo ajudou a identificar um estilo que representasse sua rotina e maturidade. A publicitária Louize Martins reforça que o grupo se tornou um espaço de diálogo sobre diferentes corpos e experiências.
O projeto, que começou pequeno, hoje funciona como ponto de encontro para mulheres que desejam ressignificar a forma de se vestir e entender como isso se conecta às transformações da vida.
















