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Imagine uma marca que assina coleções especiais com nomes como o do piloto Ayrton Senna, do arquiteto japonês Kisho Kurokawa, o do músico Johnny Cash ou o da cantora e atriz Marianne Faithfull. Uma marca que não investe em anúncios, não aposta nos influenciadores do momento, mas repousa nos rostos de quem realmente valoriza exclusividade. E que organicamente conseguiu clientes como Jeff Goldblum, Al Pacino, LeBron James e Timothée Chalamet. Gente que reconhece na grife mais do que forma, mas uma espécie de manifesto contra a homogeneização do luxo e o consumo desenfreado. Uma marca que se autodefine como criadora de relíquias pessoais para as famílias modernas.
LeBron James, craque do Los Angeles Lakers
A Jacques Marie Mage, JMM para os íntimos, foi fundada em 2015 por Jerome Mage em Los Angeles e transformou óculos em símbolos de status cultural. Suas criações podem chegar à casa dos R$ 10 mil e são hoje sinônimo de pertencimento a uma elite que valoriza mais do que a ostentação. Gente que busca as histórias por trás de cada peça. O preço e as produções limitadas apelidaram as lentes JMM de Birkin dos óculos, em referência à célebre bolsa da Hermès.
Cada modelo nasce de uma imersão em referências históricas e culturais. Do modernismo europeu ao western americano, das silhuetas de Fellini aos retratos de Cartier-Bresson. Jerome faz itens colecionáveis de fazer brilhar os olhos de personalidades curiosas. As armações, esculpidas em acetato no Japão e na Itália e montadas com precisão quase cerimonial, exigem 150 etapas manuais. As lojas são chamadas de galerias. Os detalhes em titânio, os cortes facetados, as proporções deliberadamente expressivas e robustas traduzem o olhar de Mage, que combina rigor artesanal à profundidade conceitual.

O modelo Molino, um clássico da JMM
O criador é um apaixonado colecionador. Não apenas de óculos vintage, com mais de 2 mil peças garimpadas, mas de livros históricos, motocicletas e relógios. Suas criações não trazem logotipos enormes nas hastes ou entre as lentes. Seus detalhes são uma espécie de código secreto de um clube de quem não precisa exibir símbolos para afirmar a sofisticação ligada à autenticidade – ou, pelo menos, de quem prefere que eles sejam reconhecidos por iguais. Pessoas com lastro não apenas financeiro, mas sede cultural.

O fundador da marca, Jerome Mage
Na contramão das produções em massa, a marca mantém tiragens pequenas, numeradas, e frequentemente esgota modelos antes mesmo de chegarem às lojas. A experiência de compra é quase cerimonial. O cliente recebe um certificado que inclui o nome do artesão que trabalhou na peça, uma caixa de veludo vermelha, case em couro costurado manualmente, uma ferramenta de ajuste e um cartão metálico gravado com o número de série.



Mais do que óculos, Jacques Marie Mage oferece um discurso sobre tempo, autoria e intimidade. Em uma era de logomania midiática e coleções descartáveis em que um par de lentes pode jorrar de contêineres a US$ 15, sua proposta é a de um produto tão durável que faça parte não apenas de uma coleção de luxo, mas da sua personalidade.
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