O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta terça-feira (22) a conclusão de um acordo comercial com o Japão. O anúncio foi feito por meio da plataforma Truth Social e classificado por Trump como um dos maiores já firmados entre os dois países.
O acordo prevê a aplicação de uma tarifa recíproca de 15% sobre produtos japoneses importados pelos Estados Unidos. A alíquota representa uma redução em relação às tarifas de 25% que estavam previstas para entrar em vigor a partir de 1º de agosto.
As negociações vinham sendo conduzidas desde o anúncio, em 2 de abril, de uma tarifa de 24% sobre exportações japonesas, suspensa por 90 dias.
Em contrapartida, o Japão concordou em abrir seu mercado para carros e caminhões fabricados nos Estados Unidos. Empresas japonesas que instalarem fábricas nos EUA serão isentas da tarifa de 15%, com promessas de aprovação rápida para novos projetos, segundo declarou Trump.
O acordo inclui também um investimento japonês de US$ 550 bilhões em solo norte-americano. Trump afirmou que 90% dos lucros gerados por esse investimento permanecerão nos Estados Unidos.
As negociações foram conduzidas por uma força-tarefa japonesa chefiada pelo ministro da Revitalização Econômica, Ryosei Akazawa.
O grupo foi constituído após a imposição de tarifas de 25% por parte dos Estados Unidos sobre setores estratégicos do Japão, como automóveis e aço. O setor automotivo representa 10% do Produto Interno Bruto japonês.
O primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, expressou descontentamento com as tarifas aplicadas anteriormente, mas optou pela via diplomática. O governo japonês descartou adotar medidas retaliatórias e priorizou um acordo que atendesse aos interesses dos dois países.
Japão e EUA
O Japão é atualmente o maior investidor estrangeiro nos Estados Unidos. Autoridades japonesas atuaram para evitar o agravamento das tarifas e buscaram preservar a competitividade de sua indústria automobilística. Antes do acerto, Trump havia sinalizado a possibilidade de impor alíquotas de até 35% sobre produtos do país asiático.
O novo tratado segue negociações realizadas em abril, que indicaram avanços, mas sem conclusão formal até agora. O pacto com o Japão se soma a acordos anteriores com Reino Unido e Vietnã. Em relação à China, as tratativas resultaram em uma trégua temporária.