Exportações de café do Brasil caem 26,7% em novembro, mas receita sobe 8,9%, aponta Cecafé

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Foto: Pixabay

O Brasil exportou 3,582 milhões de sacas de café em novembro de 2025, uma queda de 26,7% em relação às 4,889 milhões registradas no mesmo mês de 2024. Apesar do recuo no volume, a receita cambial aumentou 8,9%, passando de US$ 1,409 bilhão para US$ 1,535 bilhão, segundo o relatório mensal do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).

Safra 2025/26 soma 17,4 milhões de sacas exportadas

Entre julho e novembro, que correspondem aos cinco primeiros meses do ano safra 2025/26, o Brasil embarcou 17,435 milhões de sacas, queda de 21,7% ante o mesmo período de 2024. A receita, contudo, cresceu 11,6%, chegando a US$ 6,723 bilhões.

No acumulado de janeiro a novembro de 2025, as exportações somaram 36,868 milhões de sacas, retração de 21% frente às 46,658 milhões do ano passado. A receita cambial, por outro lado, subiu 25,3%, saltando para US$ 14,253 bilhões.

“A maior entrada de dólares reflete preços médios cerca de 50% superiores aos mesmos períodos de 2024. Já o recuo no volume era esperado após os números recordes do ano passado e menor disponibilidade de produto.”, explica o presidente do Cecafé, Márcio Ferreira

Impacto do tarifaço

Ferreira destaca ainda que dois fatores prejudicaram o desempenho das exportações: o tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos entre 6 de agosto e 21 de novembro (com retroatividade a 13 de agosto) e os gargalos logísticos e portuários no Brasil.

Durante os quatro meses de vigência das tarifas, os embarques brasileiros aos EUA despencaram 54,9%, caindo de 2,917 milhões para 1,315 milhão de sacas.

Com a retirada do tarifaço, exceto para o café solúvel, que segue com taxação de 50%, Ferreira prevê melhora nos próximos relatórios:

“O café solúvel responde por 10% das nossas exportações aos americanos. Continuaremos trabalhando para que esse produto também seja isento.”

Prejuízo logístico

A falta de regularidade nos portos brasileiros segue trazendo prejuízos aos exportadores. Em outubro, segundo o Cecafé, os associados acumularam R$ 8,719 milhões em custos extras com armazenagem, pré-stacking e detentions devido à impossibilidade de embarcar 2.065 contêineres, equivalentes a 681.590 sacas.

De acordo com a entidade, 52% dos navios previstos para os principais portos do país sofreram atrasos ou alterações de escala. No Porto de Santos, responsável por 79% dos embarques nacionais, o quadro foi ainda mais grave: 73% dos navios apresentaram alterações, com espera de até 61 dias.

Principais destinos do café brasileiro

Entre janeiro e novembro, mesmo com o efeito das tarifas, os Estados Unidos seguem como principal comprador do café brasileiro:

  • EUA: 5,042 milhões de sacas (-32,2%)
  • Alemanha: 5,003 milhões (-31%)
  • Itália: 2,912 milhões (-21,7%)
  • Japão: 2,413 milhões (+17,5%)
  • Bélgica: 2,146 milhões (-47,5%)

Arábica segue dominante; solúvel perde ritmo

Nos 11 primeiros meses do ano:

  • Arábica: 29,630 milhões de sacas (80,4% das exportações, -13,1%)
  • Canéfora (conilon + robusta): 3,773 milhões (10,2%)
  • Café solúvel: 3,411 milhões (9,3%)
  • Torrado e moído: 53.832 sacas (0,1%)
  • Cafés diferenciados representam 19,6% dos embarques

O Brasil exportou 7,221 milhões de sacas de cafés diferenciados entre janeiro e novembro, queda de 11%. Com preço médio de US$ 432,41 por saca, a receita saltou para US$ 3,122 bilhões, alta de 42,9% em relação ao período anterior.

Principais compradores de cafés diferenciados:

  • EUA: 1,192 milhão de sacas (16,5%)
  • Alemanha: 1,111 milhão (15,4%)
  • Bélgica: 729.675 sacas (10,1%)
  • Holanda: 691.008 sacas (9,6%)
  • Itália: 416.948 sacas (5,8%)

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