Em decisão judicial tomada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, a Globo foi condenada a pagar indenização de R$ 10 mil a Suzane Von Richthofen por mostrar um laudo psicológico da ex-presidiária que era sigiloso, durante o Fantástico. O caso ocorreu em junho de 2018 e teve uma resolução em dezembro de 2024. Ainda cabe recurso.
O laudo psicológico havia sido feito para avaliar se Suzane tinha condições de cumprir o restante de sua pena no regime semiaberto. O documento apontava que não havia evidências de que Suzane seria perigosa, podendo conviver em sociedade, mas que, por outro lado, tinha personalidade manipuladora e agressividade camuflada.
Na ação movida contra a emissora, Suzane alegava que havia tido sua liberdade invadida e que o caso estava em sigilo de Justiça.
De acordo com o desembargador Rui Cascaldi, relator do caso, Suzane Von Richthofen tem direitos individuais, mesmo que faça parte da “história criminal do país”. “Essa espécie de divulgação, resguardada a liberdade que a imprensa deve ter em um país democrático como o Brasil, transborda a mera informação”, explicou.
O caso foi vencido por ela em primeira instância, mas a Globo recorreu. Após nova derrota, a emissora ainda poderá tentar reverter a decisão em esferas superiores.
Suzane foi condenada por matar os pais, o casal Manfred e Marísia von Richthofen, em 2002, em um bairro nobre de São Paulo. O então namorado, Daniel Cravinhos, e o irmão dele, Cristian Cravinhos, também foram condenados pelo assassinato. Atualmente, ela cumpre a pena pela qual foi condenada (34 anos e 7 meses) em regime aberto.