O apresentador e jornalista Luiz Bacci falou pela primeira vez sobre a decisão de deixar a Record. O comunicador saiu da emissora no dia 17 de janeiro. Durante participação no Domingo Legal, no SBT, o apresentador explicou que desejava mais tempo para descansar e estar com a família, um desejo que amadurecia há anos.

Luiz contou que a pandemia foi um momento de reflexão. “Comecei a sentir o peso de ter começado muito cedo justamente na pandemia. Muitas pessoas que eu amava foram embora sem que eu pudesse ter sentido como eu gostaria. Meus avós, o Marcelo Rezende. Meus sobrinhos cresceram e nem consegui ver direito”.

A carga de trabalho intensa também pesou na decisão. “Eu abro meu Instagram, meus amigos milionários estão curtindo o feriado. Meus amigos quebrados estão curtindo o feriado. E eu trabalhando sempre, não tendo tempo para fazer nada”, disse o apresentador.

A ideia de deixar a emissora já era considerada há anos. “Quem é muito íntimo meu, quando soube que eu sai da Record ficou surpreso de ter acontecido imediatamente. Mas já estava para acontecer há uns dois, três anos”. Em outubro de 2024, ele procurou a direção para conversar sobre uma possível redução da carga horária.

A doença da mãe foi um dos fatores que reforçaram essa vontade. “Minha mãe descobriu na pandemia um câncer grande no pulmão. E eu era tão viciado em trabalho. Minha mãe na UTI e eu não conseguia abrir mão do programa. Não conseguia ser dono do meu tempo”.

Rumores sobre a saída já circulavam internamente, mas nenhuma negociação foi feita para tentar mantê-lo. Bacci contou que no Réveillon recebeu uma ligação de um colega da emissora. “Ele me diz: ‘Meu, tão falando que você vai para o SBT. Senta com os caras, conversa’. E eu respondi: Mas eu pedi para conversar e ninguém quis me ouvir. Minha intenção era justamente essa: sentar e discutir os planos, ver alternativas, propor um novo programa. Mas, pelo visto, preferiram prestar atenção nos rumores de bastidores e nas notas de corredor”.

A saída da emissora foi comunicada pouco antes de uma reunião. “Na semana da minha saída, recebo uma mensagem do vice-presidente: ‘Temos um jantar marcado para sexta-feira à noite’. Achei estranho—quem marca um jantar de trabalho numa sexta à noite? Já desconfiei do que estava por vir, mas segui na minha, tranquilo com a situação.”

Ele continua: “Na quinta-feira, a informação muda: ‘Não será mais um jantar, será uma reunião’. Naquele momento, já sabia exatamente o que aconteceria. Para mim, a única surpresa foi a antecipação da decisão—o que estava previsto para acontecer entre fevereiro e março acabou sendo definido no dia 17 de janeiro”.

Apesar da decisão, Bacci se mostrou grato. “Minha vontade sempre foi ter uma despedida digna. Afinal, foram 17 anos na casa que me formou como jornalista, um lugar onde sempre fui bem tratado e não tenho do que reclamar. Mas não teve discurso de adeus, nem um ‘Obrigado, gente, estou indo embora'”.

“Eu sequer estava no Brasil. Apenas me chamaram numa sala e informaram: ‘A casa ouviu os rumores e, a partir de hoje, não seguiremos com o contrato’. Respondi: Ok, mas eu queria ter tido essa conversa no ano passado, para poder construir o próximo passo. Mas não quiseram. Simplesmente não quiseram conversa”, conclui.

Jogou a toalha e se omitiu de negociar nada: Luiz Bacci conta no #DomingoLegal que a Record chegou a querer fazer reuniões, desmarcou e trocou. Depois teve uma reunião e até mais. Não teve nem homenagens pic.twitter.com/oikqqu0Oda

— Gabriel Menezes (@briel_menezes) February 9, 2025