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Voltei de Paris com a bagagem cheia — e não estou falando de roupas. Falo de ideias, inspirações e provocações. Estar presente em três momentos tão diferentes da semana de alta costura — o desfile poético de Rami Al Ali, a ousadia brilhante de Germanier e a joalheria escultural da Boucheron — me fez refletir sobre o que, de fato, sustenta um trabalho memorável: autenticidade, consistência e mãos à obra. Literalmente.
A alta costura é, acima de tudo, uma celebração do feito à mão. Do tempo investido, do detalhe pensado, do cuidado com cada etapa do processo. Em um mundo cada vez mais acelerado, vivenciar esse compromisso com o artesanal me lembrou que algumas coisas precisam de tempo, tato e intenção: seja na moda, nos negócios ou nas relações.
Outro aprendizado potente foi o valor de manter o DNA. O desfile de Rami falava de delicadeza e fluidez, mas sem abrir mão da força. Germanier trouxe cores e impacto, com peças upcycled que exalam propósito e, para minha alegria, com a beleza do talento brasileiro, resultado da colaboração com o artista Gustavo Silvestre. Já a Boucheron reforçou o poder da sofisticação atemporal, com peças que mais pareciam obras de arte.
Em comum, todos deixaram uma mensagem clara: quando você sabe quem é, não precisa seguir fórmulas. Você sustenta sua própria assinatura.
E isso me fez pensar no nosso lugar como profissionais, marcas e líderes. Mais do que se adaptar ao que o mercado quer ver, precisamos cultivar o que temos de mais verdadeiro. Reforçar o que nos torna únicos. E, principalmente, lembrar que boas ideias pedem presença. Mão na massa. Curadoria com alma.
A alta costura me lembrou que o futuro é feito de passado e presente: da técnica que se preserva, da inovação que respeita a história e da coragem de quem se reinventa sem perder a essência.
E você, o que tem colocado de si naquilo que faz?
*Juliana Ferraz é sócia da Holding Clube e tem quase 30 anos de carreira no universo da comunicação e eventos no Brasil.
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