Fechando por 15 pregões consecutivos em alta nesta terça-feira (11), o Ibovespa alcançou uma marca histórica; a maior sequência desde a série registrada entre maio e junho de 1994, antes da criação do Plano Real.
O principal índice da bolsa brasileira subiu 1,60%, e superou 157 mil, pela primeira vez. E pelo 12º pregão consecutivo, o Ibovespa renovou sua máxima de fechamento.
O real, na mesma toada de valorização, chegou ao quinto dia seguido de alta na terça, com o dólar comercial recuando 0,64%, a R$ 5,273.
Nesta quarta-feira (12), houve um leve recuo. O dólar fechou cotado a R$ 5,2921, em alta de 0,37%
Já o Ibovespa terminou as negociações em novo recorde nominal, mas com queda de 0,07%, aos 157.632,90 pontos.
A pausa no ritmo de ganhos nesta quarta se deu, segundo analistas, pressionado por recalibragem das expectativas sobre a Selic, forte queda do petróleo e balanços corporativos.
Conjunção de fatores
Diante do otimismo do mercado refletido nas sucessivas altas da bolsa brasileira, o Portal iG buscou especialistas que avaliaram o atual cenário e traçaram uma perspectiva para os próximos meses.
Na avaliação do advogado Fernando Rangel Alvarez dos Santos, há uma conjunção de fatores impulsionando as marcas históricas do Ibovespa.
Entre eles, segundo ele, estão o crescimento do PIB prospectado acima de 3% e a desvalorização cambial.
“Com o dólar em queda, ninguém investe na moeda. O investidor vai para o mercado. E a queda do dólar influencia em alguns preços, cuja base é a importação. Também é preciso levar em conta o desvio de exportações, por conta do tarifaço de Donald Trump. Na carona, o Brasil importa mais da China, inclusive o aço”, enumera Santos.
Ainda na sua avaliação, entre os fatores internos, estão a taxa de desemprego baixa, que acaba resultando em escassez de mão-de-obra e, consequentemente, aumento do rendimento médio mensal.
“Isso se soma à isenção de imposto para as pessoas que ganham até 5 mil reais, mais os benefícios pagos pelo governo, ou seja, o mercado aposta no aumento do poder de consumo no ano que vem. Mais consumo significa mais produção”, resume ele.
O especialista lembra também que as eleições de 2026 é outro dado que gera expectativas.
“Independentemente de quem ganha, situação ou oposição, é sempre um novo governo, com novas relações de força no exercício do poder e na condução econômica. Um novo governo sempre se enche de capital político”, finaliza.
Super demanda de fim de ano
Para o professor de economia Lauro Barillari, há ainda uma super demanda de fim de ano aquecendo a economia em diversos setores, além da previsão de inflação mais baixa do que o esperado e a isenção de IR para até R$ 5 mil, que projetam uma renda disponível maior para os brasileiros, aquecendo o comércio e a indústria.
“A revisão das tarifas sobre produtos brasileiros também gera boas expectativas, assim como a expectativa de queda da Selic. Todos os fatores, com a promessa de maior controle fiscal, cuja equação é bem difícil, reduz o risco percebido, melhora a popularidade e a propensão aos investimentos”, conclui Balillari.
















