Existe uma teoria que fala sobre alguns artistas que quando chegam em um momento mais avançado da vida, se pegam olhando para trás, retornando ao seu início.
Isto passa longe de ser considerado uma regra, porém, é inevitável não fazer uma correlação ao final da sessão do mais recente filme de Bruno Barreto, Traição Entre Amigas, estrelando uma dupla de atrizes muito popular, entre o público mais jovem, no caso, Larissa Manoela e Giovanna Rispoli.

Para compreender melhor, é necessário que se discorra sobre o começo da carreira artística de Bruno Barreto, que fez seu primeiro longa-metragem Tati, em 1973, então com 18 anos de idade.
Em seguida, nos entregou: A Estrela Sobe (1974); Dona Flor e Seus Dois Maridos (1976); Gabriela (1983) e Romance da Empregada (1988).
Todos os filmes citados, retratam a vida das mulheres pela linha narrativa principal, assim, como o caso do novo projeto, Traição Entre Amigas. O diretor brasileiro deixou (muito) claro na coletiva da sua mais recente comédia dramática, que é fascinado e inspirado pelo universo feminino, desde o começo.
Desta maneira, apesar de ser representado, em tempos modernos, soa como um mergulho ao passado, uma vez que ele segue com a sua saga de exploração a respeito de tudo o que envolve a vida diária da mulher.

Já que estamos falando de mulheres, torna-se obrigatório falar sobre a dupla principal de Traição Entre Amigas, Luiza (Giovanna Rispoli) e Penélope (Larissa Manoela).
Como entrega o título, a tal da traição que ocorre entre elas, acaba por afastar suas personagens por uma considerável porção da história, algo que para alguns pode ser visto como uma manobra de roteiro que acaba por tirar um tanto desta fricção essencial para um desenvolvimento de uma cativante e conflitante história.
No entanto, apesar deste distanciamento que ocorre no centro da história, fica claro quais eram as intenções de Barreto: afastá-las e deixarem cada uma delas se expressar, enquanto aguardam o desenrolar de suas próprias narrativas, revelar-se diante de seus olhos.
Por essa atitude, torna-se muito simbólica a cena final de Traição Entre Amigas, onde vemos nossas protagonistas, lado a lado, seguindo pelo mesmo caminho.















