Países fazem mobilização inédita contra combustíveis fósseis

Países anunciam o inédito “Mutirão pelo Roadmap dos Combustíveis Fósseis” na COP30Reprodução

Ninguém levou muita fé quando o presidente Lula, logo no início da COP30, convocou os países a construírem um calendário global de redução e abandono dos combustíveis fósseis, o chamado “Mapa do Caminho”. Como este assunto é o principal elefante na sala de todas as COPs, até porque muitos países sentem-se confortáveis na dependência direta dos principais poluentes do planeta, o tal mapa nem entrou na agenda oficial da conferência.

Pois para surpresa geral, um grupo de 82 países, entre nações desenvolvidas e em desenvolvimento, se uniu e declarou que a COP30 deve, sim, lançar um mapa do caminho proposto pelo governo brasileiro. O movimento inédito foi anunciado pela Dinamarca e foi chamado de “Mutirão Call for a Fossil Fuel Roadmap” (Chamado do Mutirão por um Mapa do Caminho para os Combustíveis Fósseis).

“Essa é uma grande coalizão do Sul Global e do Norte Global, todos dizendo em uma só voz que esse é um problema que não pode ser ignorado, não pode ser jogado para baixo do tapete. Nós temos uma oportunidade ao longo dos próximos dias para fazer da COP30 o momento de seguir em frente na transição para longe dos combustíveis fósseis”, disse Ed Miliband, secretário de Estado do Reino Unido, em entrevista coletiva, reforçando que trata-se de uma mobilização nunca antes vista. 

Para se ter uma ideia, os combustíveis fósseis, que são os principais responsáveis pelas emissões de gases de efeito estufa no mundo, foram citados pela primeira vez apenas na COP28 de Dubai, em 2023. Ainda assim o assunto foi tratado com delicadeza, de forma bem genérica, sem objetividade e também sem comprometer nenhum país. Quem sugeriu o tema com mais força para a COP de Belém foi a ministra Marina Silva, antes mesmo do presidente Lula, enfrentando desavenças com a diplomacia da Arábia Saudita.

Contradições brasileiras

É curioso salientar que, apesar de o Brasil ter sido o primeiro país a trazer este “Mapa do Caminho” para a mesa de negociações em uma COP, por outro lado, pouco tempo antes, liberou o início das perfurações exploratórias de petróleo na Bacia da Foz do Amazonas, localizada na Margem Equatorial brasileira.

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Portanto, o país levantou uma bola sem imaginar que teria tanta gente querendo cortar. 

Obviamente os documentos apresentados ainda são preliminares e não se sabe ao certo o que vai sair daí.

Agora está nas mãos da diplomacia brasileira.

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