Walter Salles dedica vitória histórica no Oscar a Eunice Paiva

Walter Salles recebe o Oscar por Melhor Filme Internacional.Reprodução

Em uma noite histórica para o cinema brasileiro, o diretor Walter Salles recebeu o Oscar de Melhor Filme Internacional por “Ainda Estou Aqui” e dedicou a vitória a Eunice Paiva, figura central do longa.

O filme superou concorrentes de peso, como “Emilia Pérez” (França), “A Semente do Fruto Sagrado” (Alemanha), “A Garota da Agulha” (Dinamarca) e “Flow” (Letônia), marcando a primeira vitória do Brasil na categoria.

Ao receber a estatueta, Walter Salles emocionou o público ao dedicar a conquista a Eunice Paiva, advogada e ativista que lutou incansavelmente por justiça após o desaparecimento de seu marido durante a ditadura militar brasileira.

“Isso vai para uma mulher que, após uma perda sofrida durante um regime autoritário, decidiu não se curvar, mas resistir. Esse prêmio é para ela, seu nome é Eunice Paiva. E para as duas mulheres extraordinárias que lhe deram vida, Fernanda Torres e Fernanda Montenegro“, declarou Salles no palco do Dolby Theatre.

Discurso de Walter Salles nos #Oscars ao receber o prêmios de Melhor Filme Internacional com ‘Ainda Estou Aqui’ pic.twitter.com/nmaArnJKlc

— Igor Rogh (@igorogh) March 3, 2025

Uma vitória histórica para o Brasil

O Brasil inscreve filmes na categoria de Melhor Filme Internacional desde 1960, tendo sido indicado anteriormente com “O Pagador de Promessas” (1962), “O Quatrilho” (1995), “O Que é Isso, Companheiro?” (1997), “Central do Brasil” (1998) e agora, “Ainda Estou Aqui”. No entanto, até esta noite, o país nunca havia garantido uma vitória.

A conquista é especialmente simbólica para Salles, que também dirigiu “Central do Brasil”, última produção brasileira a receber uma indicação.

O filme ficou marcado pela histórica nomeação de Fernanda Montenegro ao Oscar de Melhor Atriz, e agora sua filha, Fernanda Torres, segue os passos da mãe ao ser indicada na mesma categoria.

O impacto de “Ainda Estou Aqui”

O drama protagonizado por Fernanda Torres conquistou críticos e audiências ao redor do mundo ao narrar a incansável busca de Eunice Paiva por justiça e verdade.

Com essa vitória, o Brasil entra para um seleto grupo de países que conseguiram transformar indicações recorrentes em vitórias na Academia, abrindo portas para o cinema nacional nos grandes circuitos internacionais.

O Oscar 2025 e a disputa acirrada

Antes da premiação, muitos especialistas previam que “Emilia Pérez”, drama musical estrelado por Selena Gomez e Karla Sofía Gascón, levaria a estatueta para casa.

Uma vitória da produção francesa teria encerrado um jejum de mais de três décadas da França na categoria, desde “Indochina” (1992).

Além disso, tanto “Ainda Estou Aqui” quanto “Emilia Pérez” foram indicados ao Oscar de Melhor Filme, algo raro para produções estrangeiras.

Com isso, “Ainda Estou Aqui” reforça seu lugar na história ao consolidar a presença do cinema brasileiro no cenário mundial.

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