O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (5) manter a taxa Selic em 15% ao ano.
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É a terceira reunião consecutiva em que o colegiado opta por preservar o patamar atual de juros, considerado o mais elevado em quase duas décadas.
A decisão, tomada por maioria simples entre os nove diretores da instituição, ocorre em meio a um cenário de desaceleração parcial da inflação e de pressões do governo por redução dos custos de crédito.
A reunião teve início na terça-feira (4), com apresentações técnicas sobre o desempenho da economia, inflação e mercado de trabalho.
Na segunda etapa, realizada nesta quarta, os diretores votaram a meta da taxa básica.
A decisão final será acompanhada de um comunicado oficial divulgado no site do Banco Central às 18h. A ata detalhada da reunião sairá na próxima terça-feira (11), às 8h.
Boletim Focus
De acordo com o boletim Focus, divulgado pelo próprio Banco Central, a mediana das projeções para a inflação neste ano está em 4,55%, e em 4,20% para 2026 — ambas acima do centro da meta de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual.
O IPCA-15 de outubro, que antecipa o índice oficial, registrou alta de 0,18%, abaixo dos 0,48% de setembro, sinalizando arrefecimento no ritmo de aumento dos preços.
Na ata anterior, o Copom havia afirmado que manteria os juros em nível “significativamente contracionista” por um período prolongado.
A tendência, segundo analistas consultados por instituições financeiras, é que o comunicado desta reunião reforce essa orientação. A possibilidade de cortes só é considerada para o final do ano, em ritmo gradual.
A decisão ocorre enquanto o governo federal defende a necessidade de reduzir os juros para estimular o crescimento econômico.
No entanto, o Banco Central avalia que uma flexibilização prematura pode desancorar expectativas inflacionárias e comprometer o controle de preços.
















